Mais um ano de trabalhos do CIFA, que obteve resultados globais relativos a 2024, que reteve o maior número nacional, de 54 registos, que mereceram estudo e análise pelo seu Departamento de Investigação, localizado no concelho de Vila do Conde.

Tendo em conta os valores somatórios dos 4 anos de averiguações, isto numa apreciação global inserida num contexto de 137 relatos, entre 2021-2024, colocando de parte algumas dezenas que não foram contemplados no árduo trabalho divulgado no relatório estatístico, é possível afirmar que não existe nenhum acontecimento extraordinário que possa ser atribuído como fenómeno aeroespacial desconhecido (FAD).

Um dos aspectos relevantes face ao estudo de 2024, é a forma simplificada de comunicação pela sociedade civl que, com a superficialidade de dados, nem sempre colabora para o melhor juízo de valores na clarificação e estudo das fenomenologias.

É importante cada vez acentuar que somente com mais dados a serem reportados a nível social de forma objectiva e transparente, se torna possível uma leitura adequada de cada experiência. Não vale a pena comunicar de forma sumária, pois, certamente vai descaracterizar a avaliação necessária e empírica que deve merecer a análise do fenómeno em narrativa.

A principal mensagem a relevar com este “Relatório Anual Estatístico de Ocorrências de Fenómenos Aeroespaciais em Portugal – 2024” é repassar a necessidade de existir maior e profunda fiabilidade de dados que, mesmo online, são redutores, por falta de informação e inércia do comunicador.

O CIFA, na sua primeira e única associação a nível nacional, já detém meios suficientes para o estudo, análise e investigação da fenomenologia UAP, mormente canais abertos de recepção informativa, carecendo unicamente de maior fiabilidade na comunicação por parte da sociedade civil.

A responsabilidade social e civil que aceitámos, faz-nos acreditar que, com a estrutura humana e científica que dispomos actualmente, podemos estar confiantes em resultados na apreciação global dos fenómenos aeroespaciais que nos são dados a conhecer em Portugal.

Precisamos de desafiar claramente o âmbito tecnológico na supervisão e monitorização do espaço português, utilizando estratégias de acompanhamento dos fenómenos que visamos.

2024

Segundo dados globais, no passado ano obtivemos a totalidade de 54 registos de ocorrências, todas e sem excepção, devidamente explicados relacionados em múltiplas interpretações baseadas na terminologia de classificação do CIFA.

A divulgação social através dos média, veio relevar a importância da nossa presença na sociedade, ampliando o conhecimento das actividades culturais e de divulgação assinaláveis com a nossa existência.

A presença desta associação no evento aeronáutico “Portugal Air Summit’24”, foi sem dúvida um marco importante na difusão do estudo que iniciámos oficialmente em 14JUL2021.

Os dados gerais na base da classificação do CIFA obtidos estatisticamente, foram os seguintes:

Ocorrências retratadas: 54

FI-A/ Meteoros – 2

FI-C/Planetas – 1

FI-D/Aves selvagens – 3

FI-E/Sinalização de aeronaves – 3

FI-F/Drones – 13

FI-G/Satélites – 7

FI-H/Fraude – 2

FI-I/Projector laser – 1

FI-J/Fenómeno atmosférico – 1

FI-O/Erros de interpretação – 7

FI-P/Balões – 7

II-Informação inconsistente – 7

A nível de localização geográfica das ocorrências por distrito foram:

Viana do Castelo (2), Braga (7), Porto (12),

Aveiro (2), Coimbra (1), Leiria (4), Viseu (1),

Guarda (1), Santarém (2), Lisboa (11),

Setúbal (3), Beja (1), Évora (3), Faro (3) e Madeira (1).

De salientar que em 2 distritos detiveram quase 50% das ocorrências (Porto e Lisboa, respectivamente), assim como, ausências de comunicações nos Açores, Bragança, Castelo Branco e Portalegre. Denota-se sem qualquer dúvida, o factor de investimento de tempo necessário para desenvolver o conhecimento das actividades do CIFA nestes distritos e, consequente, a divulgação cultural aliada a estratégias de expansão através da imprensa local. Contamos, ainda em 2025, expandir a divulgação nestes distritos, ajudando claramente para esse fim o trabalho de visitas aos aeródromos nacionais, designado “Dossier AERO24UAP.

 Estado/Status da Investigação:

100% Concluída

Qualidade de Informação:

59%Média – 41%Baixa – 0%Alta

Fonte de Informação:

26%CIFA Investigação – 50% CIFA Online – 24% WEB

Relativamente às evoluções de fontes de informação, 50% já são resumidas em comunicações via online (através do site), que demonstram de forma positiva a visibilidade do nosso trabalho e, quando 26%, retratam o esforço de investigação a nível interno, assumido directamente pelos investigadores da Sede. Quanto à recolha informativa na web, 24% fazem parte do trabalho de pesquisa e confirmações na localização de acontecimentos para inclusão em tratamento de dados. Diga-se que neste âmbito, os dados são redutores, de pouco valor informativo e credibilidade associada aos seus autores.

A evolução das fontes de informação, baseados na qualidade de recepção informativa, teve os valores de 59% (médios), bastantes razoáveis tendo em conta os dados considerados satisfatórios recebidos e tratados. Já os 41% (baixos) foram incapazes de dar a percepção mais correcta na avaliação informativa, não deixando de ser um dado preocupante na forma leviana com que as comunicações são recebidas com ausência de critérios. Um dado a reter neste valor é, sem dúvida, a elevação do nível de confiança na sociedade que, faz-nos repensar de forma directa na melhor incrementação das nossas acções na divulgação, reforçando, assim, o conhecimento de causa e o propósito do nosso labor. Muito trabalho ainda nos aguarda neste reduto…

Segundo o estudo realizado, não houve necessidade de fazer consultadorias externas relativamente às ocorrências tratadas.

Os erros de interpretação e a detecção de aeronaves não tripuladas (drones), seja no âmbito civil, profissional ou militar, foram os alvos de falsas percepções originando, em alguns casos, alguma controvérsia na discussão nos média, em boa verdade, sem qualquer fundamento.

Gostaríamos de relembrar que o acontecimento internacional, ocorrido em New Jersey, nos EUA, em Dezembro passado, veio despoletar a “curiosidade e detecção” da sociedade civil, de movimentos “estranhos” sob o nosso firmamento. Injustificável, naturalmente…

No contexto geral e de forma conclusiva, o ano 2024 não arrecadou nenhuma ocorrência de algo “extraordinário” que possa ter sido relevante para o estudo e compreensão na análise dos UAP.

Em cada ano que passa, notamos claramente na sociedade civil, um despertar para novos e curiosos fenómenos no nosso meio. Salientamos nesta situação a elevada desinformação existente nos média, não sendo atribuído nem identificado qualquer potencial de um facto que possa ser considerado verdadeiramente extraordinário.

Vamos mantendo a nossa atenção e trabalhos disponíveis para eventuais situações que despertem a nossa curiosidade científica que, até aos dias de hoje e desde a nossa fundação, ainda não tiveram lugar.

Acreditamos que novas formas de monitorização tecnológicas (já em fase de desenvolvimento numa universidade alemã), e não somente atribuído ao âmbito narrativo popular, poderá vir a ser um novo caminho de interpretação na ocorrência desses fenómenos em nosso meio, podendo originar e trazer algo de novo à sua compreensão.

O CIFA manter-se-á pronto e atento às melhores interpretações destas fenomenologias anómalas, procurando sempre com inovação a prevenção associada à intervenção mais metodológica. ¨